NOSSO PASTOR

Quando comecei a caminhar com Jesus não foi fácil, mas fui vitorioso. Naquela época eu ia para a igreja de chinelo de dedo e calça toda costurada. Meu único sapato tinha um furo enorme. Meus pais não gostavam que eu fosse evangélico, uma vez as irmãs da Cibe me deram um sapato de presente e minha mãe cortou o sapato todo com a faca para que eu não fosse à igreja.  Às vezes eu tinha que pular o muro da minha casa e pegar a roupa com o colega para ir à vigília. Com um ano e meio de trabalho, o pastor da época, Elias da Costa Moreira, me apresentou como trabalhador. Em 1983 o pastor Paulo Pereira me indicou para o diaconato. Como minha mãe não tinha filhas, os filhos é que faziam as tarefas de casa. Quantas vezes eu tive que sair correndo do ensaio da mocidade para retirar a roupa do varal por conta da chuva. Foi bastante difícil, mas desde que eu coloquei o pé na igreja, tudo o que Deus me prometeu, Ele cumpriu. Deus tem um propósito para cada um de nós, mas tem uma distância a ser percorrida. Para tudo há o tempo de Deus.

Aos 18 anos eu me alistei na Aeronáutica e durante quatro anos eu fui soldado na Base Aérea Santa Cruz. Durante os dois primeiros anos meu salário ia direto para a mão da minha mãe, só no 3º ano que eu consegui convencê-la de que eu precisava fazer um curso preparatório para continuar servindo. Levava uma vida desgastante, ia a pé para o quartel, depois ia para o curso com fome, chegava em casa tarde da noite para acordar muito cedo no dia seguinte.  Mas fiz a prova da ESSA, fui aprovado, e segui para Três Corações em Minas Gerais fazer o curso da escola de Sargento das Armas do Exército Brasileiro. Me formei em 1986, fui para São Paulo servir durante dois anos. Depois voltei para o Rio de Janeiro e servi durante um tempo no Batalhão de Forças Especiais aqui, em 1991 eu fui para o Centro Tecnológico do Exercito e fiquei 20 anos ali. Fui promovido a 2º Sargento, 1º Sargento, Subtenente, 2º Tenente. Eu poderia ter ficado no exército para ir a capitão, que também seria uma realização, mas aprouve a Deus me trazer para essa função que estou hoje. Eu abri mão da minha carreira, porque não adianta nada lutar com Deus. Mesmo servindo em vários lugares do país, eu nunca me desliguei da igreja de Santa Cruz, nunca levei carta de mudança.

Paralelo a isso, minha vida ministerial continuava crescendo. Em 1990 fui separado ao presbitério, depois consagrado a evangelista pelo pastor Davi Cabral, e por último consagrado a pastor pelo pastor José Pedro Teixeira. Em 1992 eu assumi a primeira congregação do campo como pastor lá de Saquassu, que hoje é Nova Canaã, depois fui para Jardim Itá, Monte Gerizim, Gileade, Aarão, e em 2004 fui para Passo da Pátria, pastoreara igreja onde eu me converti. Na época da minha conversão, recebi a profecia de que um dia iria pastorear aquela igreja e Deus cumpriu. Foi o pastor José Pedro Teixeira quem me inseriu na diretoria da Cadesc como 2º Secretário, 3º Vice-presidente e 1º Vice-presidente. Hoje pastor presidente da IADECAM.

Recebi muitas palavras de maldição, minha mãe e meu padrasto diziam que eu não seria ninguém na vida. Mas eu consegui concluir meus estudos, concluir a faculdade de Direito e passar de primeira na prova da OAB. Hoje me sinto realizado profissionalmente, espiritualmente e familiarmente. Sou casado com a missionária Sheila C. Silva Silveira, tenho dois filhos: a Gabriele Carneiro Silveira de 24 anos e o Gabriel Silveira de 22, minha família é uma benção e eu estou fazendo a obra de Deus em Cardoso Moreira à disposição do Senhor. Não guardo mágoa de ninguém, tudo o que eu passei foi plano de Deus que fizesse parte da minha caminhada.